País à beira-mar plantado de origem humilde e de grandes feitos, eis os Lusitanos.

Povo que segundo alguns “ não se governa nem se deixa governar “ está hoje a perder as suas origens e os seus valores. Com o avançar do tempo verificaram-se alterações sociais profundas nesta nossa recente democracia, esperanças de melhores dias alastravam no nosso Portugal.

Verificou-se a vitória da suposta liberdade e o país viveu uma abertura repentina que nos levou para a rota da Europa que conhecemos hoje. Durante esta viagem observou-se que as ânsias de um futuro brilhante para o nosso país foram perdendo força e actualmente vivemos num clima de descrédito por aquilo que realmente é nosso, Portugal. Perdeu-se a valorização do que é nosso e actualmente pagamos o preço de uma educação moribunda, impunidade judicial e uma certa anomia social dos mais variados valores que um cidadão deve possuir. Para tal contribui cada vez mais uma classe política composta por um grupo restrito e repetido de pessoas que fazem do debate político uma arma de pura demagogia e discurso oco. Caras novas são necessárias ao panorama político nacional, é necessário motivar o interesse pelo acto mais nobre de um cidadão, participação política, de forma a recuperar alguns dos valores perdidos no tempo.

Ainda há tempo para um grande Portugal, um Quinto Imperio, espiritual.

domingo, 14 de julho de 2013

“País à beira-mar plantado de origem humilde e de grandes feitos, eis os Lusitanos”


Este texto poderia ser o início de uma epopeia de exaltação da nação portuguesa, dos seus heróis e dos seus feitos, mas não, deixaremos essa função camoniana a quem de direito pois a nossa história é outra.
Segundo um general romano de nome Galba, no séc. I, existia, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho que não se governava nem se deixava governar, seria tal general um visionário ou profeta da desgraça? Certamente não, mas tal consideração mantém-se plenamente valida e lúcida no séc. XXI.  

Chegados a 2013 é de fácil afirmação que o atual sistema politico português esta profundamente deteriorado, isto é, numa vertente interna, os sujeitos políticos encontram-se descredibilizados por editos pretorianos, leia-se programas eleitorais, não cumpridos e pelo constante rotativismo anémico típico do sistema em que estamos inseridos, que podemos rotular de constantes “mudanças na continuidade” do paradigma. Do ponto de vista externo, a geração que se diz pai e mãe da liberdade, que brada aos ventos ter adquirido a liberdade e inerente direito ao voto, em cada ato eleitoral, esquece-se dos ensinamentos de Platão, a penalização pela não participação na politica é acabar governado pelos inferiores.

  Numa vertente global de análise, podemos de uma forma simplória proclamar que D. Sebastião não voltou numa manha de nevoeiro, proclamar igualmente que a espera inerte e comodista de que chegasse um dia também não se revelou o caminho acertado, assim como acreditar que voltará nada mais é do que autismo numa vertente de opinador de sofá, opinador este que aguarda que chegue o grande salvador da pátria enquanto efetua zapping televisivo e pragueja simultaneamente o lastimável estado do país procurando ser o velho do Restelo do novo século.  Cabe-nos hoje dar ouvidos à poesia pessoana sobre o rei desejado, “Minha loucura, outros que me a tomem com o que nela ia”.

Quando se sente a cada recanto que a palavra “querer”, palavra que deslumbra a sombra indecisa, foi substituída, materialmente, por descrer, isto é, quando hoje se sente que existe um vazio de causas/convicções pessoais e que as atuais instituições à muito perderam parte da sua credibilidade, algo vai muito errado no caminho escolhido.

 Desengane-se quem ache que o problema de Portugal é puramente Económico, por de trás de cada ciência ou instituição estão pessoas, pessoas essas que são o núcleo basilar da criação e tomada de decisão das mais variadas vertentes ou matérias, empresas ou órgão públicos, Constituição ou Código Civil, em suma o substrato de tudo.


Assuma-se de uma vez por todas uma cultura de responsabilização, basta de paternalismos utópicos, o povo que elege políticos menos competentes não é vítima, é cúmplice. 

Ainda há tempo para um grande Portugal, um Quinto Império  espiritual. A verdadeira mudança reside ai, na base, no substrato, na mentalidade, na forma de estar e ser, mudando a base, tudo o que dela ramifica será um paradigma novo. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013



“Representação politica, um conceito há muito esquecido”


A representação em toda a sua linha exige por parte de quem a pretende efectuar uma postura nobre, uma busca constante de praticar politica pela positiva, construtivamente apresentando propostas concretas em prol da comunidade. Exige a canalização do esforço para a tentativa de resolução dos problemas concretos de quem pretendemos representar e é a estes que se deve dar voz. Desengane-se quem pense que a multiplicação de pessoas dispostas a assumir essa mesma representação é algo negativo, a mesma apresenta-se como salutar pois permite a quem de direito efectuar uma escolha, escolha essa que só existe quando se apresentam alternativas. Desengane-se igualmente quem possui uma visão monopolista da representação, a nenhuma pessoa, órgão ou instituição é atribuída reserva absoluta da defesa dos interesses da comunidade pois em última analise cada um dos mesmos se representa a si próprio e possui intrinsecamente legitimidade de defender as sua posições e visão do que à vida em sociedade diz respeito. Ser representante exige, ab initio, qualidades humanas. Representar não passa apenas por ser se competente e conhecedor da matéria em causa mas cumular essas características com a memória, memoria essa que não permita deixar cair no esquecimento o “quê” e o “quem” se representa, como se o representante perdesse a sua identidade pessoal e adquirisse uma identidade colectiva, colocando todos os seus interesses pessoais e pré-compreensões num segundo plano, sendo inclusivamente independente de si próprio. Ser representante, na sua génese, difere de qualquer tipo de relação de amizade pessoal ou de favorecimento particular que possa prejudicar o todo, prejudicar o substrato, em suma, prejudicar duplamente, cada um e a generalidade.


 A questão da representação é a questão do poder na sua configuração moderna. Associada à democracia, a representação apresenta-se como efectivação da soberania popular. Onde se encontram os defensores dessa mesma soberania? Aquela geração que se vangloria de ter obtido o direito de voto e, nos dias que correm, não hesita em trocar o acto mais nobre de um cidadão por umas horas de sol numa qualquer praia esquecendo dolosamente que o que melhor tem a oferecer à sociedade é o poder das ideias.

Não é exigível que um cidadão médio seja o pináculo do conhecimento politico, assim como não é pedido a um representante que seja o arquétipo da perfeição, salutar é que as massas descontentes com a classe politica portuguesa tenham consciência que a penalização por não participarem na política é acabarem por ser governado pelos seus inferiores. Para se construir uma pirâmide é necessário que a base seja solida, qualquer falha na referida pode levar à queda do topo, mutatis mutandis.

terça-feira, 19 de junho de 2012

“Hipocrisia de uma indignação irresponsável”


O flagelo da pobreza é do conhecimento não só da população em geral, que a sente na pele, como igualmente dos governantes, que a têm procurado remendar com apoios provenientes do Estado. Para além de se atribuir o rendimento social de inserção a quem mais necessita, parece de bom-tom reflectir e descortinar formas práticas de se ajudar as pessoas a sair do estado a que a ciência económica denomina como” limiar da pobreza”.
Fala-se muito de solidariedade, mas pouco de soluções. Pensemos no emprego, será de difícil compreensão que a diminuição da carga fiscal a que as empresas estão sujeitas, com a contrapartida das referidas apostarem na contratação de funcionários, produziria assim um efeito benéfico tentacular a todas as camadas da sociedade, entenda-se, empregadores e novos empregados, vendedores e consumidores? E as quedas no IRC? questionariam os maís cépticos, resposta simples, seriam compensadas com o IRS e com o IVA, porque tanto o rendimento como o consumo aumentariam. Compreendo que não seja a solução para a pobreza, mas viver-se do banco alimentar e do rendimento social de inserção também não. Não se pretende uma classe política que lamente os números da pobreza, quer-se sim uma classe política que pense em modos possíveis de acabar com ela, isto é, procurar construir um país não de direitos iguais mas sim de oportunidades iguais onde cada um assume a responsabilidade das suas escolhas, onde se ensina a pescar e não a receber o peixe, sem falsos paternalismo e redistribuições dúbias da máquina do Estado, atingindo-se assim um patamar de verdadeira liberdade e justiça.

Chega de se andar nas ruas a gritar por direitos iguais sem se compreender os inerentes deveres, chega de se invadir a liberdade de quem nos rodeia com manifestações pessoais de indignação, não compreendendo assim que, a liberdade de cada um termina onde se inicia a liberdade do outro, chega de falsos moralismos populistas de que o mundo é composto por pessoas iguais, chega de inveja de quem arrisca e vence na vida com o seu esforço e empenho, chega de se procurar um nivelamento por baixo quando o que se pretende é um nivelamento superior, em suma, mais trabalho e menos indignação, o país é como uma instituição, uma Família, não se pode gastar mais do que se ganha.

domingo, 6 de maio de 2012

“Pingo mais que Doce num dia improprio para diabéticos e claustrofóbicos”



 

Quando o dia do trabalhador se torna no dia do consumidor o que será censurável, a escolha livre das pessoas de disporem da sua liberdade intrínseca de efectuar as opções que mais considerarem racionais ou será o facto de não comparecerem nas manifestações e greves convocadas ano após ano e assim quebrarem os objectivos estipulados pelos sindicatos e os terceiro-mundistas piquetes de greve?


Num país onde as questões ideológicas andam entre o corredor dos lacticínios e o corredor das fraldas, isto é, onde a participação politico-cívica é considerada uma actividade menor, onde o assumir de causas e convicções seja algo residual e prontamente censurado sob o desígnio de tachismo, onde a construção de princípios e definição dos mesmos seja coisa do passado e onde o interesse nacional não mereça a devida ponderação, eis de imediato a tentativa de politizar uma questão que a racionalidade económica explica com clareza.
Parece de bom-tom desde já esclarecer que as maças rainetas não possuem cor partidária, possuem apenas a sua própria cor, e como tal, será de difícil compreensão que o grupo Jerónimo Martins apenas quis desafiar o senhor Belmiro de Azevedo e não efectuar qualquer catequese ideológica, ou melhor, apenas rentabilizar o investimento e obter a optimização dos resultados, conduta típica e taxativa dos agentes económicos?
Onde está a coerência da argumentação quando se aponta prontamente o dedo ao facto de se poder comprar leite, manteiga ou azeite a metade do preço num qualquer supermercado e nada se diz da possibilidade de se comprar um singelo Rolex num qualquer Shopping onde estão a trabalhar centenas de pessoas no afamado dia? Não seria mais útil questionar o porque de estarem encerrados os centros de emprego? Isso sim seria uma verdadeira forma de enaltecer o “dia do trabalhador”.
Por um lado, a rentabilização dos parcos salários, dos que se dispuseram da oportunidade de aproveitar a tão badalada promoção, certamente permitirá a disponibilidade para se efectuar outro tipo de trocas comerciais ou mesmo aforrar, por outro, a cadeia de supermercados Pingo Doce obteve uma poupança significativa ao nível do investimento em marketing e uma liquidez considerável. E o dumping?! Terá Jesus Cristo feito dumping a quando do milagre dos pães? Ab initio não parece correcto dogmatizar a questão pois é por de mais linear, se se verificou alguma violação das regras da concorrência as mesmas possuem a estatuição respectiva.  Numa análise mais aprofundada e polida se chegará à conclusão que os protestos se deveriam focar, isso sim, nessas mesmas regras e não em quem faz a ponderação custo-oportunidade.
Contra factos não existem argumentos e o que é facto é que a DECO não recebeu nenhuma queixa e que a revoltar se daria, aí sim, se a promoção terminasse às 13h. Chega de falsos paternalismos.

terça-feira, 10 de abril de 2012

"Portugal Cívico chega às 3000 visualizações"


Para comemorar o facto o "Portugal Cívico" surge hoje de cara lavada, um bem haja a todos os que por aqui passaram neste espaço de intervenção. Obrigado!

sexta-feira, 2 de março de 2012

“Desabafos de um qualquer jovem português”


Num país onde a educação é sinonimo de facilitismo com o lema de uma “nova oportunidade”, num país onde todos gritam afincadamente por direitos iguais e se esquecem que a virtude está na igualdade de oportunidades, num país onde se procura efectuar por via fiscal um nivelamento por baixo da sociedade, num país onde o mérito é prontamente abafado pelo carneirismo, isto é, o modus operandi de acesso ao elevador social, num país onde o conceito de interesse nacional se perdeu em prol do conceito de umbigo, num país onde uma geração lutou pelo direito ao voto e agora a legitimação dos cargos políticos é menor que o desinteresse pelos mesmos, num país onde se consagra por via legal os piquetes de greve, greves que prejudicam trabalhadores, empregadores, utentes, a comunidade. Num país marcado pela anomia social onde os valores da Família, Hierarquia, Trabalho e sobretudo da Verdade se perdem todos os dias, num país onde se gastam milhares de euros em propaganda politica, num país onde os políticos não são responsabilizados pelas suas actuações, num país onde a justiça, pilar de um estado de Direito, se encontra descredibilizada marcando a justiça popular pontos nos meios de comunicação social, meios esses que servem de veiculo de propagação à pior das doenças, a ignorância. Num país onde o expoente máximo do reconhecimento social é um qualquer jogador de futebol ou um cantor de música pop que faça parte de uma qualquer série televisiva que “leve açúcar”, chega-nos para adoçar o espírito. Num país onde os jovens são convidados a emigrar por um qualquer secretario de estado, num país onde 14,8% das pessoas não têm emprego, num país onde o mais alto cargo politico da nação afirma que o vencimento que aufere não é suficiente..

Mas não há que desanimar, a política de “pão e circo” chega para alimentar o povo, isto é, desde que um qualquer Benfica vença todas as semanas e o preço da cerveja não aumente substancialmente estará assegurada a estabilidade social e o mundo da participação politico-cívica será sempre desinteressante e de difícil cativação.

Peço desculpa pelo tom mas estou grávido e com desejos, gravido de um V Império espiritual, desejos de um país diferente.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Portugal Cívico pergunta:


Partilha da ideia de que o novo acordo ortografico corresponde a um desrespeito pela lingua portuguesa?
Sim Nao   
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

MANIFESTO: "INSTAURAR A DEMOCRACIA, RESTAURAR A MONARQUIA"


Vivemos dias difíceis. Todos o sabemos. Mas isso não serve nem chega. Se a resignação é inútil, a indignação sem objectivo não é um valor em si. É tempo de fazer. É tempo de escolher como fazer.





Fazer o diagnóstico das nossas fraquezas é fácil e não é mais do que reiterar o óbvio ululante. Dar uma esperança real é o mais difícil: perante o preocupante enfraquecer das estruturas democráticas; a visível delapidação dos valores morais na política; o estado caótico da nossa justiça e a sua aparente dependência das mais diversas forças de influência; e finalmente (e provavelmente o mais importante) uma ameaça de perda de soberania - os portugueses não têm razões para confiar no seu futuro.

Nós, cidadãos portugueses, com as mesmas preocupações com que todos vivemos, queremos dizer: há alternativa. Há soluções que contêm valores. É isso que nos une. É isso que nos move. É isso que propomos.

Perante um regime em liberdade mas em que a verdadeira democracia está ausente, torna-se urgente uma chefia de Estado independente e supra-partidária. Isto só pode ser garantido, zelado e velado por um chefe de Estado eleito pela história. Alguém que, ao olhar para trás, perceba as pegadas históricas e que nos diga de onde viemos. Alguém que, ao olhar para a frente, veja uma continuidade e não uma ruptura episódica, ditada por interesses partidários presos apenas ao espírito do tempo. Alguém que una e não exclua. Um Chefe de Estado que esteja ao serviço da Nação e que não se sirva dela. Portugal precisa de uma Monarquia. Portugal precisa de um Rei.

Nós, democratas de sempre, apelamos a uma séria discussão em torno da nossa chefia de Estado. Apelamos a que exista uma mobilização da sociedade civil em torno do debate sobre o regime que, há uma centena de anos, foi imposto ao nosso povo pela lei das armas e precedido de um grave homicídio, que nunca foi julgado. Democratas de sempre, não aceitamos que uma chefia de Estado se legitime na espuma de dogmas passados e vontades impostas, em que ao povo português continue a ser negada a possibilidade de escolher um futuro possível e digno. A razão democrática e a justiça histórica abona a favor dos nossos princípios. Da nossa verdade.

Acreditamos que o Senhor D. Duarte de Bragança - único e legítimo pretendente ao trono português - poderá dignificar a chefia de Estado portuguesa. Pela história que representa e que nos une. Pela liberdade que garante a ausência total de facturas a qualquer eleitorado ou clientela.

Nós, mulheres e homens livres, empenhados cidadãos portugueses, das mais diversas tendências políticas e partidárias, com os mais diversos credos religiosos, decidimos dar mais este passo para que esta esperança se realize. Acreditar que temos uma agenda ideológica seria negar a independência que nos junta em torno de uma chefia de Estado. Que nos une pela diversidade e não pela opinião política. A política é uma coisa, o Rei é outra. Esta é a questão.

Portugal só poderá ser universal se as instituições mantiverem a credibilidade histórica.

Nós, monárquicos, portugueses e democratas de sempre não desistimos de Portugal.

Facebook - ALVORADA - O Regresso da Monarquia


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Factos: "Politica de Verdade, o sentido actual"

Política de Verdade(...) Represento uma política de verdade e de sinceridade, contraposta a uma política de mentira e de segredo. Advoguei sempre que se fizesse a política da verdade, dizendo-se claramente ao povo a situação do País, para o habituar à ideia dos sacri­fícios que haviam um dia de ser feitos, e tanto mais pesados quanto mais tardios.
Advoguei sempre a política do simples bom senso contra a dos gran­diosos planos, tão grandiosos e tão vastos que toda a energia se gastava em admirá-los, faltando-nos as forças para a sua execução.
Advoguei sempre uma política de administração, tão clara e tão sim­ples como a pode fazer qualquer boa dona de casa — política comezinha e modesta que consiste em se gastar bem o que se possui e não se despen­der mais do que os próprios recursos.

António de Oliveira Salazar, in 'Discursos (1928)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

FADO - Património da Humanidade


A todos os portugueses toca apoiar a candidatura do Fado à Lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade, traduz não só a vontade de proclamar perante a UNESCO a consagração do valor universal do Fado como igualmente a afirmação de um património cultural próprio.

Pagina Facebook: FADO - Património da Humanidade

domingo, 23 de outubro de 2011

“Sector empresarial do Estado, uma réstia da pesada herança de Abril”

Quando em 1974/76, período do infame PREC, se iniciou o processo de nacionalização em massa, envolvendo directamente 253 empresas e/ou estabelecimentos, estendendo-se o mesmo a sectores tão diversos como o bancário, segurador, cervejeiro, industrias de base, produção e distribuição de electricidade, estar-se-ia longe de perspectivar que passado três décadas os efeitos da poeira revolucionária ainda produziriam efeitos tão nocivos.

Consequência das nacionalizações, o sector empresarial do estado (SEE) aumentou substancialmente de importância no conjunto da economia portuguesa, passando o peso no emprego a representar 19,3% em 1976. Chegados ao ano de 2010 o referido apresenta uma estrutura financeira débil, assente num passivo de cerca de 62 mil milhões de euros, e num capital próprio negativo na ordem dos 235 milhões de euros. É caso para questionar onde andaram os elementos de racionalidade económica que deveriam pautar o amplo sector público? É fácil, não constituem a essência do referido, aliando isto à ausência do sentimento de propriedade dos recursos públicos à constante procura de clientela politica e satisfação da mesma, o resultado é catastrófico.

Urge assumir definitivamente que a intervenção supletiva do Estado na vida económica é o caminho a seguir, que esse mesmo Estado deve assumir a função de garante do regular funcionamento dos diversos mercados livres em clima de atomicidade e deve igualmente fiscalizar as condições de funcionamento concorrencial. Intervém-se de forma originária onde se deveria intervir de forma supletiva e mantém-se funções caras e ineficientes onde não faz sequer sentido que a intervenção estatal esteja presente.

A real situação do sector empresarial público, isto é, um valor total de dívida bancária a rondar os 20% do Produto Interno Bruto (PIB), não pode compadecer com clientelismos partidários, ou com a utilização do SEE como forma de efectuar malabarismos orçamentais ou mesmo numa óptica de mero preconceito ideológico, não é admissível.

O Estado somos todos nós, ou talvez não.