Eleição após eleição tem se observado que a tendência de vitória nas referidas não pertence a um partido político, um movimento cívico ou mesmo um politico só, afinal quem ganha é uma postura, e essa postura é o abstencionismo.
Quando o gesto estrutural de todo o modelo de participação democrática, leia-se voto, é relegado para segundo plano em prol de um bom dia de sono ou mesmo um solarengo dia de praia algo não pode estar bem.
A apatia política não convive com a teoria democrática que prescreve a participação activa e permanente no processo de tomada de decisões políticas e públicas, é necessário a consciencialização de que a fuga e falta de capacidade para enfrentar os problemas nacionais pouco têm que ver com a falta de motivação mas sim com uma postura cultural de comodismo e critica destrutiva fácil.
Quanto menor for o interesse dos cidadãos em participar na vida politica, mais os governantes se tornam irresponsáveis no desempenho das suas funções levando a que os referidos não tenham em conta as opiniões e interesses do eleitorado abstencionista.
Com os níveis de participação cívica através do voto reduzidos a metade da população só se pode concluir que existe uma lealdade deficitária ao regime e que a “atmosfera política” carece de substrato entrando num ciclo vicioso de crescente alienação da questão pública.
Em suma, a responsabilidade de ter um filho não termina com o nascimento, é necessário todo um conjunto de cuidados inerentes ao mesmo, a nossa democracia esta cada vez mais perto de estar órfã de pais que apenas quiseram o parto.
Onde anda a geração de Abril? Aguardo por dia 5 de Junho.
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