País à beira-mar plantado de origem humilde e de grandes feitos, eis os Lusitanos.

Povo que segundo alguns “ não se governa nem se deixa governar “ está hoje a perder as suas origens e os seus valores. Com o avançar do tempo verificaram-se alterações sociais profundas nesta nossa recente democracia, esperanças de melhores dias alastravam no nosso Portugal.

Verificou-se a vitória da suposta liberdade e o país viveu uma abertura repentina que nos levou para a rota da Europa que conhecemos hoje. Durante esta viagem observou-se que as ânsias de um futuro brilhante para o nosso país foram perdendo força e actualmente vivemos num clima de descrédito por aquilo que realmente é nosso, Portugal. Perdeu-se a valorização do que é nosso e actualmente pagamos o preço de uma educação moribunda, impunidade judicial e uma certa anomia social dos mais variados valores que um cidadão deve possuir. Para tal contribui cada vez mais uma classe política composta por um grupo restrito e repetido de pessoas que fazem do debate político uma arma de pura demagogia e discurso oco. Caras novas são necessárias ao panorama político nacional, é necessário motivar o interesse pelo acto mais nobre de um cidadão, participação política, de forma a recuperar alguns dos valores perdidos no tempo.

Ainda há tempo para um grande Portugal, um Quinto Imperio, espiritual.

terça-feira, 4 de maio de 2010

“Afinal os culpados somos nós”

Crise económica em Portugal

“Afinal os culpados somos nós”

Crise – eis o cenário da nossa economia.

Infelizmente chegamos ao ponto em que o português médio inicia a sua reflexão – leia-se, o abismo –, e não menos triste é o facto de ser necessário o alerta provir do exterior para gerar o interesse súbito de todos e mais uma vez EXIGIRMOS uma solução; afinal de contas, o que melhor sabemos fazer nestes últimos 36 anos, como refere Miguel de Sousa Tavares: exigir.

Standard and Poor´s não acredita em nós? Vejamos, segundo o jornal Expresso os portugueses são menos qualificados que os turcos, mexicanos e, surpreendam-se, os brasileiros! Já no que toca às entidades patronais possuímos a pior classificação da UE.

Com naturalidade se constata que as nossas elites ficam muito aquém do esperado: juntado esse factor à falta de formação para a vida cívica da população em geral resulta uma triste média de 60% de abstenção nas diversas eleições, questionando-se mesmo onde andam aqueles que com tanto afinco lutaram por um país livre e democrático.

Como se não bastasse, observando a população portuguesa, constatamos que 20% da mesma vive com menos de 407e mês, que possuímos a classe de gestores públicos dos mais bem pagos da zona euro, o que roçara a imoralidade, somos o país com mais quilómetros de auto-estrada por habitante de toda a UE, e estamos prontos a investir mais 1200 milhões para a reforçar. No mínimo, já chega para “olhar” para Portugal com um ar desconfiado.

Continuado a nossa análise, observamos que o comodismo se apresenta como uma característica patológica da nossa sociedade. Verifica-se um elevado grau de fraude na atribuição dos badalados subsídios de inserção social, a lenta motivação de algumas camadas da sociedade em procurar novo emprego após a fatalidade que o desemprego representa, a fuga aos impostos, e, principalmente, a fraca contribuição para o bem comum que, com as constantes greves, nomeadamente a greve dos transportes, representam uma penalização dura para a já fragilizada economia nacional. Complementando, junta-se a lentidão da justiça coligada com os ditos processos mediáticos, transparecendo desta forma um clima generalizado de impunidade que, por si só, contribui para a destabilização do país.

Não chegando o leque alargado de problemas internos, deparamo-nos com uma imposição de 120 mil milhões de euros referente ao apoio ao estado grego que comparado com o PIB português – tudo o que produzimos num ano, 170 mil milhões –, deixa no mínimo lugar a uma reflexão cuidada.

Em suma, se nos dizemos vítima de ataques das diversas agências de Ratting é porque possuímos inúmeras fragilidades que o assim permitem: quem é culpado?