País à beira-mar plantado de origem humilde e de grandes feitos, eis os Lusitanos.

Povo que segundo alguns “ não se governa nem se deixa governar “ está hoje a perder as suas origens e os seus valores. Com o avançar do tempo verificaram-se alterações sociais profundas nesta nossa recente democracia, esperanças de melhores dias alastravam no nosso Portugal.

Verificou-se a vitória da suposta liberdade e o país viveu uma abertura repentina que nos levou para a rota da Europa que conhecemos hoje. Durante esta viagem observou-se que as ânsias de um futuro brilhante para o nosso país foram perdendo força e actualmente vivemos num clima de descrédito por aquilo que realmente é nosso, Portugal. Perdeu-se a valorização do que é nosso e actualmente pagamos o preço de uma educação moribunda, impunidade judicial e uma certa anomia social dos mais variados valores que um cidadão deve possuir. Para tal contribui cada vez mais uma classe política composta por um grupo restrito e repetido de pessoas que fazem do debate político uma arma de pura demagogia e discurso oco. Caras novas são necessárias ao panorama político nacional, é necessário motivar o interesse pelo acto mais nobre de um cidadão, participação política, de forma a recuperar alguns dos valores perdidos no tempo.

Ainda há tempo para um grande Portugal, um Quinto Imperio, espiritual.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

FADO - Património da Humanidade


A todos os portugueses toca apoiar a candidatura do Fado à Lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade, traduz não só a vontade de proclamar perante a UNESCO a consagração do valor universal do Fado como igualmente a afirmação de um património cultural próprio.

Pagina Facebook: FADO - Património da Humanidade

domingo, 23 de outubro de 2011

“Sector empresarial do Estado, uma réstia da pesada herança de Abril”

Quando em 1974/76, período do infame PREC, se iniciou o processo de nacionalização em massa, envolvendo directamente 253 empresas e/ou estabelecimentos, estendendo-se o mesmo a sectores tão diversos como o bancário, segurador, cervejeiro, industrias de base, produção e distribuição de electricidade, estar-se-ia longe de perspectivar que passado três décadas os efeitos da poeira revolucionária ainda produziriam efeitos tão nocivos.

Consequência das nacionalizações, o sector empresarial do estado (SEE) aumentou substancialmente de importância no conjunto da economia portuguesa, passando o peso no emprego a representar 19,3% em 1976. Chegados ao ano de 2010 o referido apresenta uma estrutura financeira débil, assente num passivo de cerca de 62 mil milhões de euros, e num capital próprio negativo na ordem dos 235 milhões de euros. É caso para questionar onde andaram os elementos de racionalidade económica que deveriam pautar o amplo sector público? É fácil, não constituem a essência do referido, aliando isto à ausência do sentimento de propriedade dos recursos públicos à constante procura de clientela politica e satisfação da mesma, o resultado é catastrófico.

Urge assumir definitivamente que a intervenção supletiva do Estado na vida económica é o caminho a seguir, que esse mesmo Estado deve assumir a função de garante do regular funcionamento dos diversos mercados livres em clima de atomicidade e deve igualmente fiscalizar as condições de funcionamento concorrencial. Intervém-se de forma originária onde se deveria intervir de forma supletiva e mantém-se funções caras e ineficientes onde não faz sequer sentido que a intervenção estatal esteja presente.

A real situação do sector empresarial público, isto é, um valor total de dívida bancária a rondar os 20% do Produto Interno Bruto (PIB), não pode compadecer com clientelismos partidários, ou com a utilização do SEE como forma de efectuar malabarismos orçamentais ou mesmo numa óptica de mero preconceito ideológico, não é admissível.

O Estado somos todos nós, ou talvez não.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

“O silêncio é de ouro, a especulação de prata, qualquer certeza mata”


Terminada a saga
legislativas ‘11 é hora de efectuar algumas reflexões do que exprimido se obteve e qual o rumo a tomar. Vivendo a pior crise económica dos últimos 30 anos, não é possível restringir a causa-consequência ao campo económico-financeiro descurando toda a hipocrisia política de fracas elites, residindo ai o núcleo central do problema. A inexistência de capacidade leia-se, coragem para reduzir efectivamente ao longo dos anos a despesa de uma máquina-Estado que absorve metade dos recursos gerados pelo país, torna a solução para um problema que não se controla inatingível, exceptuando a via do aumento de produtividade, via essa que nos levaria para o quarto de século de maior ritmo de desenvolvimento de toda a História de Portugal nesses quase trinta anos, de 1945 a 1974, o crescimento anual real do PIB foi, em média, cerca de 6%, o que chegaria para pagar grande parte dos juros respectivos à venda de dívida pública que se tem realizado. O desemprego encontrava-se entre 1,8% e 2,4% da população activa, onde o comércio exterior representava cerca de 40% do PIB, feito esse que a hipocrisia politica e os manuais escolares teimam em desprezar.

É certo que se constata a internacionalização dos problemas a uma escala nunca antes experimentada, sejam eles de foro europeu, como os défices excessivos de estados membros da UE e respectivas ajudas de financiamento numa cruzada moribunda de tentativa de salvação do Euro ou, mesmo mundial como as tão badaladas notações de agências de rating Standard & Poor's e Fitch ou igualmente, a aprovação do aumento do limite de endividamento dos EUA, a fim de cumprir com as obrigações, tendo o impasse da decisão criado ondas de choque nos mais diversos pontos do globo.

Posto isto, estando a transformação em curso, representando a mesma o que representar, cabe a nível nacional procurar recuperar a honradez de um Estado que esteja exclusivamente ao serviço do interesse nacional e uma classe política verdadeiramente voluntarista, criando elites que sabem o que querem e para onde vão, assumindo desde logo a meritocracia como ponto de referência e inerente factor de selecção. A nível internacional, torna-se imperativo recuperar o que Hobbes ensinara, “o mundo é regido pelos egoísmos de cada Estado”, algo que os agentes da comunidade internacional tentam constantemente encobrir.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Dados para a mudança I"


Com a chegada de um novo governo chega uma hipotética janela de mudança. Fica aqui uma recolha de dados que permite observar onde será possível optimizar a despesa publica nomeadamente ao nível da despesa com os salários de alguns funcionários públicos;

420.000,00 ¤

TAP

administrador

Fernando Pinto

371.000,00 ¤

CGD

administrador

Faria de Oliveira

365.000,00 ¤

PT

administrador

Henrique Granadeiro

250.040,00 ¤

RTP

administrador

Guilherme Costa

249.448,00 ¤

Banco Portugal

administrador

Vítor Constâncio

247.938,00 ¤

ISP

administrador

Fernando Nogueira

245.552,00 ¤

CMVM

Presidente

Carlos Tavares

233.857,00 ¤

ERSE

administrador

Vítor Santos

224.000,00 ¤

ANA COM

administrador

Amado da Silva

200.200,00 ¤

CTT

Presidente

Mata da Costa

134.197,00 ¤

Parpublica

administrador

José Plácido Reis

133.000,00 ¤

ANA

administrador

Guilhermino Rodrigues

126.686,00 ¤

ADP

administrador

Pedro Serra

96.507,00 ¤

Metro Porto

administrador

António Oliveira Fonseca

89.299,00 ¤

LUSA

administrador

Afonso Camões

69.110,00 ¤

CP

administrador

Cardoso dos Reis

66.536,00 ¤

REFER

administrador

Luís Pardal: Refer

66.536,00 ¤

Metro Lisboa

administrador

Joaquim Reis

58.865,00 ¤

CARRIS

administrador

José Manuel Rodrigues

58.859,00 ¤

STCP

administrador

Fernanda Meneses

3.706.630,00 ¤








51.892.820,00 ¤

Valor do ordenado anual (12 meses + subs Natal + subs férias)




926.657,50 ¤

Média Prémios



52.819.477,50 ¤








900,00 ¤

Média de um funcionário público




58.688,31 -É o numero de funcionários públicos que poderiam ser pagos com o valor anterior.

sábado, 21 de maio de 2011

“Da Democracia ao Abstencionismo, passando pela Responsabilidade Parental”


Eleição após eleição tem se observado que a tendência de vitória nas referidas não pertence a um partido político, um movimento cívico ou mesmo um politico só, afinal quem ganha é uma postura, e essa postura é o abstencionismo.

Quando o gesto estrutural de todo o modelo de participação democrática, leia-se voto, é relegado para segundo plano em prol de um bom dia de sono ou mesmo um solarengo dia de praia algo não pode estar bem.

A apatia política não convive com a teoria democrática que prescreve a participação activa e permanente no processo de tomada de decisões políticas e públicas, é necessário a consciencialização de que a fuga e falta de capacidade para enfrentar os problemas nacionais pouco têm que ver com a falta de motivação mas sim com uma postura cultural de comodismo e critica destrutiva fácil.

Quanto menor for o interesse dos cidadãos em participar na vida politica, mais os governantes se tornam irresponsáveis no desempenho das suas funções levando a que os referidos não tenham em conta as opiniões e interesses do eleitorado abstencionista.

Com os níveis de participação cívica através do voto reduzidos a metade da população só se pode concluir que existe uma lealdade deficitária ao regime e que a “atmosfera política” carece de substrato entrando num ciclo vicioso de crescente alienação da questão pública.

Em suma, a responsabilidade de ter um filho não termina com o nascimento, é necessário todo um conjunto de cuidados inerentes ao mesmo, a nossa democracia esta cada vez mais perto de estar órfã de pais que apenas quiseram o parto.

Onde anda a geração de Abril? Aguardo por dia 5 de Junho.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Testemunho de um anónimo"

Recebi na minha caixa de correio electrónico um testemunho que acho importante todos assimilarmos tendo em conta a conjuntura que vivemos:

"A geração dos meus pais não foi uma geração à rasca.

Foi uma geração com capacidade para se desenrascar.
Numa terriola do Minho as condições de vida não eram as melhores.
Mas o meu pai António não ficou de braços cruzados à espera do Estado
ou de quem quer que fosse para se desenrascar.
Veio para Lisboa, aos 14 anos, onde um seu irmão, um pouco mais velho,
o Artur, já se encontrava.
Mais tarde veio o Joaquim, o irmão mais novo.
Apenas sabendo tratar da terra e do pastoreio, perdidos na grande e
desconhecida Lisboa, lançaram-se à vida.
Porque recusaram ser uma geração à rasca fizeram uma coisa muito simples.
Foram trabalhar.

Não havia condições para fazerem o que sabiam e gostavam.
Não ficaram à espera.
Foram taberneiros.
Foram carvoeiros.
Fizeram milhares de bolas de carvão e serviram milhares de copos de
vinho ao balcão.
Foram simples empregados de tasca.
Mas pouparam.
E quando surgiu a oportunidade estabeleceram-se como comerciantes no ramo.
Cada um à sua maneira foram-se desenrascando.
Porque sempre assumiram as suas vidas pelas suas próprias mãos.
Porque sempre acreditaram neles próprios.

E nós, eu e os meus primos, nunca passámos por necessidades básicas.
Nós, eu e os meus primos, sempre tivémos a possibilidade de acesso ao
ensino e à formação como ferramentas para o futuro.
Uns aproveitaram melhor, outros nem tanto, mas todos tiveram as
condições que necessitaram.
E é este o exemplo de vida que, ainda hoje, com 60 anos, me norteia e me
conduz.

Salvaguardadas as diferenças dos tempos mantenho este espírito.
Não preciso das ajudas do Estado.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.
Não preciso das ajudas da família que também têm as suas próprias vidas.
Não preciso das ajudas dos vizinhos e amigos.
Porque o meu pai e tios também não precisaram e desenrascaram-se.

Preciso de mim.
Só de mim.
E, por isso, não sou, nunca fui, de qualquer geração à rasca.
Porque me desenrasco.
Porque sempre me desenrasquei.

O mal desta auto-intitulada geração à rasca é a incapacidade que revelam.
Habituados, mal habituados, a terem tudo de mão beijada.
Habituados, mal habituados, a não precisarem de lutar por nada porque
tudo lhes foi sendo oferecido.
Habituados, mal habituados, a pensarem que lhes bastaria um canudo de
um qualquer curso dito superior para terem garantida a eterna e fácil
prosperidade.
Sentem-se desiludidos.

E a culpa desta desilusão é dos "papás" que os convenceram que a vida
é um mar de rosas.
Mas não é.
É altura de aprenderem a ser humildes.
É altura de fazerem opções.
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não encontram emprego "digno".
Podem ser "encanudados" de qualquer curso mas não conseguem ganhar o
dinheiro que possa sustentar, de imediato, a vida que os acostumaram a
pensar ser facilmente conseguida.
Experimentem dar tempo ao tempo, e entretanto, deitem a mão a qualquer
coisa.
Mexam-se.
Trabalhem.
Ganhem dinheiro.

Na loja do Shopping.
Porque não ?
Aaaahhh porque é Doutor...
Doutor em loja de Shopping não dá status social.
Pois não.
Mas dá algum dinheiro.
E logo chegará o tempo em que irão encontrar o tal e ambicionado
emprego "digno".
O tal que dá status.

O meu pai e tios fizeram bolas de carvão e venderam copos de vinho.
Eu, que sou Informático, System Engineer, em alturas de aperto, vendi
bolos, calças de ganga, trabalhei em cafés, etc.
E garanto-vos que sou hoje muito melhor e mais reconhecido socialmente
do que se sempre tivesse tido a papinha toda feita.

Geração à rasca ?
Esqueçam o "emprego" e o "subsídio"
Vão trabalhar que isso passa."

(Anónimo)

domingo, 27 de março de 2011

Edmund Burke


“A História é feita de um longo depósito de tradições, de prudência, de moral, incorporadas nos usos e nas civilizações, e não das elaborações intelectuais