terça-feira, 19 de novembro de 2013
domingo, 14 de julho de 2013
“País à beira-mar plantado de origem humilde e de grandes feitos, eis os Lusitanos”
Este texto poderia ser o início de uma epopeia de
exaltação da nação portuguesa, dos seus heróis e dos seus feitos, mas não,
deixaremos essa função camoniana a quem de direito pois a nossa história é
outra.
Segundo um general romano de nome Galba, no séc. I, existia, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito
estranho que não se governava nem se deixava governar, seria tal general um visionário
ou profeta da desgraça? Certamente não, mas tal consideração mantém-se
plenamente valida e lúcida no séc. XXI.
Chegados a 2013 é de fácil afirmação que o
atual sistema politico português esta profundamente deteriorado, isto é, numa
vertente interna, os sujeitos políticos encontram-se descredibilizados por
editos pretorianos, leia-se programas eleitorais, não cumpridos e pelo
constante rotativismo anémico típico do sistema em que estamos inseridos, que
podemos rotular de constantes “mudanças na continuidade” do paradigma. Do ponto
de vista externo, a geração que se diz pai e mãe da liberdade, que brada aos
ventos ter adquirido a liberdade e inerente direito ao voto, em cada ato
eleitoral, esquece-se dos ensinamentos de Platão, a penalização pela não
participação na politica é acabar governado pelos inferiores.
Numa vertente global de análise, podemos de
uma forma simplória proclamar que D. Sebastião não voltou numa manha de nevoeiro,
proclamar igualmente que a espera inerte e comodista de que chegasse um dia também
não se revelou o caminho acertado, assim como acreditar que voltará nada mais é
do que autismo numa vertente de opinador de sofá, opinador este que aguarda que
chegue o grande salvador da pátria enquanto efetua zapping televisivo e pragueja
simultaneamente o lastimável estado do país procurando ser o velho do Restelo do
novo século. Cabe-nos hoje dar ouvidos à poesia pessoana sobre o rei desejado, “Minha
loucura, outros que me a tomem com o que nela ia”.
Quando se sente a cada recanto que a
palavra “querer”, palavra que deslumbra a sombra indecisa, foi substituída, materialmente,
por descrer, isto é, quando hoje se sente que existe um vazio de causas/convicções
pessoais e que as atuais instituições à muito perderam parte da sua
credibilidade, algo vai muito errado no caminho escolhido.
Desengane-se
quem ache que o problema de Portugal é puramente Económico, por de trás de cada
ciência ou instituição estão pessoas, pessoas essas que são o núcleo basilar da
criação e tomada de decisão das mais variadas vertentes ou matérias, empresas
ou órgão públicos, Constituição ou Código Civil, em suma o substrato de tudo.
Assuma-se de uma vez por todas uma cultura
de responsabilização, basta de paternalismos utópicos, o povo que elege políticos
menos competentes não é vítima, é cúmplice.
Ainda há tempo para um grande Portugal, um
Quinto Império espiritual. A verdadeira mudança reside ai, na base, no substrato,
na mentalidade, na forma de estar e ser, mudando a base, tudo o que dela
ramifica será um paradigma novo.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
e que a multiplicação de pessoas
dispostas a assumir essa mesma representação é algo negativo, a mesma
apresenta-se como salutar pois permite a quem de direito efectuar uma escolha,
escolha essa que só existe quando se apresentam alternativas. Desengane-se
igualmente quem possui uma visão monopolista da representação, a nenhuma
pessoa, órgão ou instituição é atribuída reserva absoluta da defesa dos
interesses da comunidade pois em última analise cada um dos mesmos se
representa a si próprio e possui intrinsecamente legitimidade de defender as
sua posições e visão do que à vida em sociedade diz respeito. Ser representante
exige, ab initio, qualidades humanas.
Representar não passa apenas por ser se competente e conhecedor da matéria em
causa mas cumular essas características com a memória, memoria essa que não
permita deixar cair no esquecimento o “quê” e o “quem” se representa, como se o
representante perdesse a sua identidade pessoal e adquirisse uma identidade
colectiva, colocando todos os seus interesses pessoais e pré-compreensões num
segundo plano, sendo inclusivamente independente de si próprio. Ser
representante, na sua génese, difere de qualquer tipo de relação de amizade
pessoal ou de favorecimento particular que possa prejudicar o todo, prejudicar
o substrato, em suma, prejudicar duplamente, cada um e a generalidade.
A questão da
representação é a questão do poder na sua configuração moderna. Associada à
democracia, a representação apresenta-se como efectivação da soberania popular.
Onde se encontram os defensores dessa mesma soberania? Aquela geração que se
vangloria de ter obtido o direito de voto e, nos dias que correm, não hesita em
trocar o acto mais nobre de um cidadão por umas horas de sol numa qualquer
praia esquecendo dolosamente que o que melhor tem a oferecer à sociedade é o
poder das ideias.
Não é exigível que um cidadão médio seja o pináculo
do conhecimento politico, assim como não é pedido a um representante que seja o
arquétipo da perfeição, salutar é que as massas descontentes com a classe
politica portuguesa tenham consciência que a penalização por não participarem
na política é acabarem por ser governado pelos seus inferiores. Para se
construir uma pirâmide é necessário que a base seja solida, qualquer falha na
referida pode levar à queda do topo, mutatis mutandis.
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