País à beira-mar plantado de origem humilde e de grandes feitos, eis os Lusitanos.

Povo que segundo alguns “ não se governa nem se deixa governar “ está hoje a perder as suas origens e os seus valores. Com o avançar do tempo verificaram-se alterações sociais profundas nesta nossa recente democracia, esperanças de melhores dias alastravam no nosso Portugal.

Verificou-se a vitória da suposta liberdade e o país viveu uma abertura repentina que nos levou para a rota da Europa que conhecemos hoje. Durante esta viagem observou-se que as ânsias de um futuro brilhante para o nosso país foram perdendo força e actualmente vivemos num clima de descrédito por aquilo que realmente é nosso, Portugal. Perdeu-se a valorização do que é nosso e actualmente pagamos o preço de uma educação moribunda, impunidade judicial e uma certa anomia social dos mais variados valores que um cidadão deve possuir. Para tal contribui cada vez mais uma classe política composta por um grupo restrito e repetido de pessoas que fazem do debate político uma arma de pura demagogia e discurso oco. Caras novas são necessárias ao panorama político nacional, é necessário motivar o interesse pelo acto mais nobre de um cidadão, participação política, de forma a recuperar alguns dos valores perdidos no tempo.

Ainda há tempo para um grande Portugal, um Quinto Imperio, espiritual.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

“O silêncio é de ouro, a especulação de prata, qualquer certeza mata”


Terminada a saga
legislativas ‘11 é hora de efectuar algumas reflexões do que exprimido se obteve e qual o rumo a tomar. Vivendo a pior crise económica dos últimos 30 anos, não é possível restringir a causa-consequência ao campo económico-financeiro descurando toda a hipocrisia política de fracas elites, residindo ai o núcleo central do problema. A inexistência de capacidade leia-se, coragem para reduzir efectivamente ao longo dos anos a despesa de uma máquina-Estado que absorve metade dos recursos gerados pelo país, torna a solução para um problema que não se controla inatingível, exceptuando a via do aumento de produtividade, via essa que nos levaria para o quarto de século de maior ritmo de desenvolvimento de toda a História de Portugal nesses quase trinta anos, de 1945 a 1974, o crescimento anual real do PIB foi, em média, cerca de 6%, o que chegaria para pagar grande parte dos juros respectivos à venda de dívida pública que se tem realizado. O desemprego encontrava-se entre 1,8% e 2,4% da população activa, onde o comércio exterior representava cerca de 40% do PIB, feito esse que a hipocrisia politica e os manuais escolares teimam em desprezar.

É certo que se constata a internacionalização dos problemas a uma escala nunca antes experimentada, sejam eles de foro europeu, como os défices excessivos de estados membros da UE e respectivas ajudas de financiamento numa cruzada moribunda de tentativa de salvação do Euro ou, mesmo mundial como as tão badaladas notações de agências de rating Standard & Poor's e Fitch ou igualmente, a aprovação do aumento do limite de endividamento dos EUA, a fim de cumprir com as obrigações, tendo o impasse da decisão criado ondas de choque nos mais diversos pontos do globo.

Posto isto, estando a transformação em curso, representando a mesma o que representar, cabe a nível nacional procurar recuperar a honradez de um Estado que esteja exclusivamente ao serviço do interesse nacional e uma classe política verdadeiramente voluntarista, criando elites que sabem o que querem e para onde vão, assumindo desde logo a meritocracia como ponto de referência e inerente factor de selecção. A nível internacional, torna-se imperativo recuperar o que Hobbes ensinara, “o mundo é regido pelos egoísmos de cada Estado”, algo que os agentes da comunidade internacional tentam constantemente encobrir.