País à beira-mar plantado de origem humilde e de grandes feitos, eis os Lusitanos.

Povo que segundo alguns “ não se governa nem se deixa governar “ está hoje a perder as suas origens e os seus valores. Com o avançar do tempo verificaram-se alterações sociais profundas nesta nossa recente democracia, esperanças de melhores dias alastravam no nosso Portugal.

Verificou-se a vitória da suposta liberdade e o país viveu uma abertura repentina que nos levou para a rota da Europa que conhecemos hoje. Durante esta viagem observou-se que as ânsias de um futuro brilhante para o nosso país foram perdendo força e actualmente vivemos num clima de descrédito por aquilo que realmente é nosso, Portugal. Perdeu-se a valorização do que é nosso e actualmente pagamos o preço de uma educação moribunda, impunidade judicial e uma certa anomia social dos mais variados valores que um cidadão deve possuir. Para tal contribui cada vez mais uma classe política composta por um grupo restrito e repetido de pessoas que fazem do debate político uma arma de pura demagogia e discurso oco. Caras novas são necessárias ao panorama político nacional, é necessário motivar o interesse pelo acto mais nobre de um cidadão, participação política, de forma a recuperar alguns dos valores perdidos no tempo.

Ainda há tempo para um grande Portugal, um Quinto Imperio, espiritual.

domingo, 6 de maio de 2012

“Pingo mais que Doce num dia improprio para diabéticos e claustrofóbicos”



 

Quando o dia do trabalhador se torna no dia do consumidor o que será censurável, a escolha livre das pessoas de disporem da sua liberdade intrínseca de efectuar as opções que mais considerarem racionais ou será o facto de não comparecerem nas manifestações e greves convocadas ano após ano e assim quebrarem os objectivos estipulados pelos sindicatos e os terceiro-mundistas piquetes de greve?


Num país onde as questões ideológicas andam entre o corredor dos lacticínios e o corredor das fraldas, isto é, onde a participação politico-cívica é considerada uma actividade menor, onde o assumir de causas e convicções seja algo residual e prontamente censurado sob o desígnio de tachismo, onde a construção de princípios e definição dos mesmos seja coisa do passado e onde o interesse nacional não mereça a devida ponderação, eis de imediato a tentativa de politizar uma questão que a racionalidade económica explica com clareza.
Parece de bom-tom desde já esclarecer que as maças rainetas não possuem cor partidária, possuem apenas a sua própria cor, e como tal, será de difícil compreensão que o grupo Jerónimo Martins apenas quis desafiar o senhor Belmiro de Azevedo e não efectuar qualquer catequese ideológica, ou melhor, apenas rentabilizar o investimento e obter a optimização dos resultados, conduta típica e taxativa dos agentes económicos?
Onde está a coerência da argumentação quando se aponta prontamente o dedo ao facto de se poder comprar leite, manteiga ou azeite a metade do preço num qualquer supermercado e nada se diz da possibilidade de se comprar um singelo Rolex num qualquer Shopping onde estão a trabalhar centenas de pessoas no afamado dia? Não seria mais útil questionar o porque de estarem encerrados os centros de emprego? Isso sim seria uma verdadeira forma de enaltecer o “dia do trabalhador”.
Por um lado, a rentabilização dos parcos salários, dos que se dispuseram da oportunidade de aproveitar a tão badalada promoção, certamente permitirá a disponibilidade para se efectuar outro tipo de trocas comerciais ou mesmo aforrar, por outro, a cadeia de supermercados Pingo Doce obteve uma poupança significativa ao nível do investimento em marketing e uma liquidez considerável. E o dumping?! Terá Jesus Cristo feito dumping a quando do milagre dos pães? Ab initio não parece correcto dogmatizar a questão pois é por de mais linear, se se verificou alguma violação das regras da concorrência as mesmas possuem a estatuição respectiva.  Numa análise mais aprofundada e polida se chegará à conclusão que os protestos se deveriam focar, isso sim, nessas mesmas regras e não em quem faz a ponderação custo-oportunidade.
Contra factos não existem argumentos e o que é facto é que a DECO não recebeu nenhuma queixa e que a revoltar se daria, aí sim, se a promoção terminasse às 13h. Chega de falsos paternalismos.